No dia de hoje (22/06), dois
importantes projetos foram votados na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP),
a emenda que instituía o cumprimento da lei da data-base, 8,17%, e o Plano Estadual
de Educação (PEE), em ambas as votações os trabalhadores foram derrotados.
O PEE ganhou destaque na mídia,
devido à insana proposta da bancada fundamentalista religiosa, que propôs a
retirada do debate sobre questões de gênero das escolas, o que por si só já é
um grande absurdo, sobre todos os aspectos. Mas o PEE também trata de metas e
objetivos a serem alcançados na educação pública do estado nos próximos anos.
Assim como, contrariando a grande
maioria dos educadores e educadoras do Paraná, que obviamente entendem muito
mais de educação do que os deputados e lideres religiosos, eles aprovaram a
retirada do debate de gênero do PEE, e aprovaram as emendas apresentadas pelos
deputados da base do governo Richa (PSDB), e rejeitaram todas as emendas
propostas por sindicatos e entidades ligadas aos trabalhadores da educação.
Também na seção de hoje, foi
rejeitada, a proposta de emenda no reajuste dos servidores públicos do Paraná,
a emenda apresentada pela oposição obrigava o governo a cumprir a lei da data
base implementando o reajuste de 8,17% retroativo a 1º de maio, porém, de uma
maneira surreal, a proposta que obrigava o governo a cumprir a lei foi
rejeitada, considerada inconstitucional, e a que autorizava o governo a
descumprir a lei aprovada como constitucional.
Ambas a votações são exemplos
claros de que, assim como não podemos acreditar em promessas do governo, apostar
na via parlamentar não é o caminho para defender nossos direitos, assim como o
executivo e o judiciário, o legislativo atua em defesa dos interesses dos
grandes empresários e banqueiros, atacando os trabalhadores, as leis e a constituição
se for preciso, para garantir que os lucros não corram riscos.
O exemplo de hoje, nos mostra
mais uma vez o erro que foi a saída da greve no último dia 9, a direção da APP –
Sindicato convenceu a categoria de que era momento de sair da greve, colocando
suas fichas todas na disputa parlamentar, e mais uma vez a ALEP mostrou que
está contra os trabalhadores.
Não existe outra saída para nós,
trabalhadoras e trabalhadores, a não ser o fortalecimento da nossa organização
e o enfrentamento aos governos, Fevereiro deste ano nos deixou uma grande
lição, quando radicalizamos o enfrentamento ao governo, ele não teve alternativa
a não ser recuar, só na rua é que podemos derrotar o governo.
No próximo período o governo
Richa tende a acirrar os ataques, e nós precisamos mais uma vez fortalecer
nossa luta nas ruas para não sermos massacrados ainda mais nos próximos anos,
por isso é fundamental que essa organização seja fortalecida na base da categoria,
em cada colégio, em cada cidade, afim de derrotarmos este governo e superarmos
os recuos de uma direção sindical
burocrata, que muitas vezes afastam a categoria da luta.
Vinicius Prado
Agente Educacional II
Colégio Estadual Reneé Carvalho de Amorim
Pontal do Paraná
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